segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Amor sinestésico

Tudo se mistura em sensações. Sem saber o que é cheiro, o que é gosto, sem perceber o que é imagem e o que é ilusão,
me confundo na percepção dos seus atos.
Não lembro o que é memória, não vejo nada do real. Mas entendo meus sentidos como uma coisa só, num tempo só e num momento sem tempo.

Enquanto isso,
Sinto o gosto do seu toque sem nem mesmo aguçar meu olfato
Vejo seu cheiro passando, voraz num ruído rítmico
Sinto o olhar da sua voz acariciando meu palato
Percebo o toque do seu gosto se abrindo como uma figura nítida
E nesse ritmo dos sentidos, que se encontram numa dança,
Ouço sua imagem no tato da minha lembrança

Sem saber o que é cheiro e o que é gosto, sem diferenciar um toque de um vento, sem entender o real ou o ilusório, sem perceber o meu tempo, o seu tempo e o não tempo.
Sabendo só que não sei você. Sei (só) sua saudade.

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